Qual é o instrumento certo para você ?
Existem diferentes modelos de violão, com diferentes formatos e tamanhos. O ideal é que o musicista faça a escolha do modelo considerando o estilo que quer tocar, mas também o seu porte físico, ou seja, que avalie instrumentos apropriados ao tamanho do seu braço e da sua mão.
No caso de violões de cordas de aço (que eu chamo de violão folk), eu disponibilizo os formatos mais comuns, que são, por ordem de tamanho, os seguintes:
0 - É o menor tamanho que eu faço, que é o modelo TROUBADOR. É apropriado para quem tem mãos mais pequenas e braços mais curtos. Apesar do tamanho menor, tem uma projeção e volume incríveis, com um timbre muito próprio, o que o torna excelente para gravações e uso em casa.
00 - É um pouco maior que o tamanho anterior, com sonoridade parecida mas com um reforço nos médio-graves. O modelo que eu faço nesse tamanho é o FIRE AND RAIN. Pode ser feito em dois tamanhos de escala, para mãos pequenas ou maiores.
000 - Esse é um instrumento muito associado ao blues norte-americano, por possuir uma caixa sonora de tamanho parecido à de um violão clássico, escala longa e encaixe do braço no 12o. traste, o que o torna perfeito para uso com slide. O timbre é clássico. Se gostou, confira o meu modelo TEQUILA SUNRISE.
OM - É o modelo preferido dos músicos contemporâneos de jazz, por oferecer um timbre muito bacana, muito balanceado, com excelente projeção e ergonomia. É também o meu modelo tradicional preferido. O tamanho da caixa sonora é confortável sem ser demasiadamente pequena, e a escala apesar de longa, não oferece muito problema mesmo para quem tem mãos de tamanho médio. Eu faço dois modelos baseados em OM: o elegante modelo AVANT-GARDE e o luxuoso modelo RAJ. Qual você gosta mais?
J - Modelo Jumbo, é o maior tamanho de violão que eu faço. Apresenta uma caixa um pouco maior que a de um Dreadnought com o mesmo som potente com ênfase nos médio-graves. Eu faço esse modelo também com escala longa, para aproveitar bem o seu potencial sonoro. Dá uma conferida na página do modelo GRACELAND e veja se ele não é a sua cara.
No caso do violão de cordas de nylon (que eu chamo aqui de clássico), eu faço basicamente o mesmo modelo, porém em dois tamanhos diferentes:
C - É o violão de concerto, com caixa sonora de tamanho padrão Torres e com escala longa, sendo adequado para quem tem mãos e braços médios ou grandes, com muita projeção e ambiência, e timbre cristalino.
C ¾ - É o uma versão reduzida do modelo padrão, com caixa menor e escala curta, especialmente desenhado para quem tem mãos e braços menores, sendo ideal para estudantes de musica adolescentes, pois facilita a execução sem compromisso da sonoridade. Esse modelo eu faço somente sob encomenda.
Comparação de tamanhos por formato
Além destes, eu faço também dois outros modelos que são um pouco diferentes do que normalmente se vê por aí:
O meu modelo ARETHÉ, possui um tamanho equivalente ao do OM, porém com contorno diferente, com curvas mais elegantes e suaves. O timbre dele é próprio, pois cada pequena mudança que se faz em qualquer parte do violão implica em mudanças na sonoridade dele. Porém, o formato e a sonoridade está longe de ser a única diferença dele com um OM tradicional. Dê uma conferida na página do ARETHÉ para saber de todos os seus diferenciais.
Além dos violões folk tradicionais, eu construo também a minha versão de lapsteel estilo Weissenborn, que eu chamei de KOHALA. Esse é um instrumento muito peculiar, que é tocado de uma maneira diferente, no colo, com um slide de aço. Não são todos que sabem dele, mas todos que o conhecem se apaixonam pela sua sonoridade incomparável. A minha versão é baseada no modelo criado pelo Hermann Weissenborn, mas usando apenas madeiras brasileiras na sua construção. Vale a pena conhecer o modelo KOHALA.
Além do tamanho e modelo, existem outros fatores a serem considerados na escolha de um modelo. Madeiras, ornamentos, tipos de trastes e captadores são alguns fatores que afetam o preço e precisam ser considerados. É preciso haver coerência na escolha, pois o que importa e faz diferença para quem está começando na música é diferente daquilo que um musicista profissional realmente precisa, que também é diferente do que interessa ao aficionado e ao colecionador de instrumentos. Eu recomendo a leitura desse artigo que eu escrevi no qual esse tema é tratado um pouco mais a fundo em um outro contexto.
Mas de um modo geral, todos precisam de instrumentos que apresentem uma boa sonoridade, que sejam afinados em toda a escala e que sejam confortáveis às mãos.
Diferentes combinações de madeiras bem como diferentes modelos vão produzir potência sonora e timbre diferentes, mas em todos os meus instrumentos você vai perceber que as notas apresentam um balanceamento adequado entre frequência fundamental e harmônicos secundários, o que pode ser notado no som bem definido da nota musical, com corpo (peso) e personalidade (nuances) mas sem a proeminência exagerada de graves e agudos, e principalmente com presença (volume) uniforme em toda a escala, ou seja, sem notas “fracas” aqui e ali. Meu instrumento é feito para ser extremamente responsivo e expressar a personalidade do músico: toque leve com os dedos e o som será doce, delicado e definido; toque com palhetada pesada e o som será, firme, poderoso e ainda assim, também definido.
Tenho grande preocupação que o meu instrumento seja o mais afinado possível, de modo que faço a compensação no comprimento de corda tanto no rastilho quanto na pestana, além de me assegurar que os trastes são colocados no local que oferece a melhor relação possível de afinação para aquele instrumento. Na verdade, a tecnologia atual nos possibilitou refinar o modelo tradicional usado por séculos, de modo que utilizo o que há de mais moderno nesse assunto. Após encordoar o instrumento, verifico com precisão a frequência de todas as notas da escala para estar seguro que o objetivo foi atingido
Finalmente, de nada adianta ter um instrumento que soa bem e afinado, se for mal projetado do ponto de vista ergonômico, com braço desconfortável, ou peso excessivo, desequilibrado quanto ao centro de gravidade, ou se não estiver devidamente regulado para uma boa tocabilidade. Trastes bem colocados, nivelados e “amaciados” são garantidos em todos os meus instrumentos, seja qual for o modelo e o preço. Só entrego um instrumento após testá-lo metodicamente durante uma semana, de modo que a qualidade do encordoamento possa ser assegurada e os ajustes finais no tensor, rastilho e pestana possam ser feitos após a tensão envolvida estar devidamente estabilizada.